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Postado em 29th Mar 2014 @ 12:15 AM
A pesquisa "Sustentabilidade: Hoje ou Amanhã", realizada pelo Ibope, mostra que 79% dos executivos e 55% dos cidadãos brasileiros já ouviram falar de sustentabilidade empresarial. No entanto, esses grupos compreendem o conceito de formas diferentes.
Já para 33% dos cidadãos, a sustentabilidade está relacionada ao desenvolvimento de produtos e, para 23%, à solidez das instituições. 23% deles associaram também a expressão “sustentabilidade empresarial” a “respeito ao meio ambiente” e 13% a “investimentos sociais”. Os dados são da pesquisa “Sustentabilidade: Hoje ou Amanhã?”, apresentada pelo Ibope no último dia 4, e que entrevistou mais de 500 executivos de grandes empresas e mil cidadãos, das classes A, B e C.
De acordo com o levantamento, 46% dos respondentes afirmam que suas empresas já têm políticas de sustentabilidade e 37% dizem que suas organizações têm até um departamento dedicado a práticas de sustentabilidade. No entanto, revelam que a sustentabilidade está incorporada apenas de maneira pontual em 30% das empresas; de maneira informal em 23% das empresas; e é inexistente em 11% delas.
Os cidadãos desconfiam das ações socioambientais das empresas. Para 46% dos entrevistados as marcas que fazem algo pela sociedade e pelo meio ambiental só o fazem por marketing. E 31% dos cidadãos acham que as empresas monitoram o impacto ambiental de suas atividades.
No plano da consciência socioambiental, as práticas desses cidadãos estão aquém de seus discursos. Se 90% deles acreditam que separar o lixo para a reciclagem é obrigação da sociedade, apenas 30% afirmam que separam o lixo em sua casa. Para 89% dos consumidores os fabricantes têm obrigação de prevenir os problemas que podem causar ao meio ambiente e, para 85%, vale a pena pagar mais caro por um produto que não agrida o meio ambiente. No entanto, 52% dos cidadãos dizem que apenas compram produtos de fabricantes que não agridem o meio ambiente, ainda que sejam mais caros.
O mesmo acontece em relação à pirataria. Se 68% dos consumidores consideram a piraria um crime contra a indústria e contra a sociedade, só 21% deles dizem nunca ter comprado produtos pirateados. Segundo o levantamento, os consumidores notam a relevância da sustentabilidade corporativa, mas estão longe de perceber que suas escolhas e pressões junto às organizações são importantes.
Do lado dos empresários, ainda que 69% deles acreditem que os consumidores pagarão mais caro por produtos que não agridam o meio ambiente e 78% considerem que os consumidores procurarão marcas de organizações socialmente responsáveis em 2007, apenas 25% disseram que suas empresas investirão em projetos relacionados à preservação ambiental nos próximos anos.
Segundo a pesquisa, a ênfase das empresas será na aplicação do capital em tecnologia (62%), em desenvolvimento de produtos (60%) e em treinamento de pessoal (47%). 41% delas investirão em projetos de responsabilidade social. Talvez porque poucos executivos acreditem que a responsabilidade social (15%) e a sustentabilidade corporativa (5%) influenciam as decisões de compra de um consumidor em relação a um determinado produto. Apenas 7% deles também se dizem pressionados pela sociedade a serem sustentáveis.
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